Vamos pendurar nossas poesias?

Nosso Varalzinho de Sonhos!


Esse blog é um espaço criado pelo poeta Tárcio Costa, dedicado a literatura de cordel para o público infantil. Aqui você encontra as mais belas histórias tal como temas voltados a educação e cultura para os pequeninos. O poeta possibilita ainda aos pais e professores a encomenda de cordeis personalizados, ou seja, com temas pré-definidos. Nesse caso basta entrar em contato pelo e-mail cordaozinho@hotmail.com

Então... Vamos começar!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

O Micuim

Olá amiguinhos! Que tal agora lermos juntos uma história!

A pequena criatura
Tinha mãe e tinha pai...
(Assim começa essa história
Uma história que se vai
Pra onde vai toda história
Que da imaginação sai)

Seus pais puderam felizes
Vê-la aprender a andar
Mas sendo eles adultos
Não podiam imaginar
Que sua pequena cria
Podia também falar

Não a fala assim falada
Que ouvimos quando lê
Um professor em voz alta
A cartilha do á-bê-cê
Mas é voz de pensamento
Ou seja voz de bebê

Os pequenos são assim
Quando um pensa outro entende
E por serem pequeninos
Adulto não compreende
Que em conversa de pequeno
O som não se faz presente

É linguagem universal
Mas isso não vem ao caso
E essa aventura começa
Diante de um prato raso
Onde linda descansava
Uma flor dentro de um vaso

Uma flor bem diminuta
Com pétalas amarelas
Com seu caule inclinado
Na direção das janelas
Como se sugasse a luz
Vinda de cada uma delas

Foi a primeira visão
Desse nosso personagem
Desde que ele começou
A sua incrível viagem
Partindo do meu quintal
Chegando a velha garagem

E com voz de pensamento
Fez-se a comunicação
E o tal ser tão pequenino
Pergunta à plantinha então
Quem era a bela miragem
Que lhe roubava a visão

E a florzinha encantada
Entortou-se feito um anzol
E olhando pra baixo disse:
_Já no brilho do arrebol
Sigo o sol que é a luz do céu
O meu nome é Girassol!

E o nosso pequeno herói
Maravilhado sorriu
Pois era a primeira coisa
Mais bonita que ele viu
E depois de admirá-la
Por um bom tempo... Partiu

Entre folhas e pedrinhas
Seguiu rumo à porteira
Onde pôde descansar
À sombra da goiabeira
Que pobre só era galhos
Desfolhada quase inteira

E foi bem num desses galhos
Que ele teve uma surpresa
Pois um ser misterioso
Também dono de beleza
Escondia-se na árvore
Camuflado com destreza

E o bichinho curioso
Duas vezes não pensou
Decidiu juntar coragem
E de uma vez perguntou:
_Quem é você criatura
E porque me assustou?

E o outro também filhote
No alto da árvore nua
Sussurrou em pensamento:
_Boa pergunta essa sua
Uns me chamam Urutau
Mas sou também Mãe-da-Lua

E o nosso pequeno herói
Maravilhado sorriu
Pois era a segunda coisa
Mais bonita que ele viu
E depois de admirá-la
Por um bom tempo... Partiu

Dessa vez por rente a cerca
Feita de arame farpado
Pregado em velhos mourões
De madeira lado a lado
Tal qual um ser incansável
Seguiu firme e empolgado

Foi quando o vento lhe trouxe
Com mãos de uma brisa leve
Um cantar de som melódico
Vezes longo vezes breve
E descobrir de onde vinha
O bichinho então se atreve

Embrenhou-se no capim
Atravessou o galinheiro
Mergulhou na poça d’água
Saindo aos pés do chiqueiro
Onde um ser feliz cantava
Banhando-se num lateiro

Grande emoção era aquela
Ver outro ser pequenino
Que no ar se equilibrava
Sob a luz do sol a pino
Brilhando assim feito ouro
Soprando um cantar divino

O pequeno viajante
Atreveu-se a interromper
Do outro a bela cantoria
Pra que pudesse saber
O que ou quem era aquele
Que alegrava o seu viver

E o ser voante e ligeiro
O seu cantar logo encerra
Nas bordas da velha lata
Pé ante pé ele emperra
Dizendo em voz de silêncio
_Sou uma Canário da Terra!

E o nosso pequeno herói
Maravilhado sorriu
Pois era a terceira coisa
Mais bonita que ele viu
E depois de admirá-la
Por um bom tempo... Partiu

Seguiu de volta pra casa
E contou tudo pra mim
Sobre a terra, lua e sol
Sobre esse universo enfim
Onde é lindo se viver
Mesmo sendo um Micuim

Um carrapatinho Estrela
Que não sei se é ele ou ela
Que há pouco veio morar
No osso da minha canela
E enquanto coço a coitada
Vislumbro o céu da janela

E assim termina essa história
De universos coisa e tal
Nas histórias e universos
É coisa mesmo normal
O começo ir de encontro
A um simples ponto final.

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